O Ernesto faz parte daquele universo. É um belo exemplar da sua raça que, contam as más línguas, tal como um bom macho latino, não pode ver uma burra sem saias, pelo que tem direito a casa própria, separado das suas congéneres, olhando-as ao longe e sonhando com o dia do almejado encontro.
O Ernesto, neste domingo, iluminara-se com um ramito de flores amarelas, aceitava pacientemente as festas com que o presenteavam, enquanto resmungava por cada ave libertada após a medição, pesagem e colocação do anel de prata.
As aves partiam ao sabor do vento e, quem sabe, do acasalamento.
O Ernesto, por agora, esperava.
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