sábado, 25 de outubro de 2014
As aparências iludem
A notícia vinha hoje no jornal. Na sequência de um infeliz encontro com uma espécie mortífera de cogumelos, alguém, que se dizia profundo conhecedor da sua natureza, não mais poderá aprender com o erro cometido.
Há viagens sem retorno.
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Serra da Estrela
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Encontros no cais
O que sente um macho quando encontra esta fêmea?
O que sentirá esta fêmea quando se vir ao espelho?
O que passa pela cabeça da dona desta fêmea?
O que pensa e sente a gente que se cruza com esta dona?
Mas os grandes protagonistas são aqueles dois que, a preto e branco e sem maquilhagem, se abraçam no cais das colunas.
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Lisboa Abril e Agosto de 2014
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Ode Marítima
.
Ah! todo o cais é uma saudade de pedra!
....
Toda a vida marítima! tudo na vida marítima!
Insinua-se no meu sangue toda essa sedução fina
E eu cismo indeterminadamente as viagens.
Ah, as linhas das costas distantes, achatadas pelo horizonte!
Ah, os cabos, as ilhas, as praias areentas!
As solidões marítimas, como certos momentos no Pacífico
Em que não sei por que sugestão aprendida na escola
Se sente pesar sobre os nervos o facto de que aquele é o maior dos oceanos
E o mundo e o sabor das coisas tornam-se um deserto dentro de nós!
A extensão mais humana, mais salpicada, do Atlântico!
O Índico, o mais misterioso dos oceanos todos!
O Mediterrâneo, doce, sem mistério nenhum, clássico, um mar para bater
De encontro a esplanadas olhadas de jardins próximos por estátuas brancas.
Todos os mares, todos os estreitos, todas as baías, todos os golfos,
Queria apertá-los ao peito, senti-los bem e morrer!...
excerto da Ode Marítima de Álvaro de Campos
Diogo Infante (teatro S. Luís) não disse ou declamou o poema, interpretou a personagem do desespero e do delírio em Álvaro de Campos. Esmagou-nos!
Rasgou todos os gritos que, ao longo dos anos, vamos abandonando em papéis soltos, agendas ou livros brancos que ninguém lerá .
E o nosso rio é tão pequeno, face aos oceanos que nos espreitam.
Ah! todo o cais é uma saudade de pedra!
....
Toda a vida marítima! tudo na vida marítima!
Insinua-se no meu sangue toda essa sedução fina
E eu cismo indeterminadamente as viagens.
Ah, as linhas das costas distantes, achatadas pelo horizonte!
Ah, os cabos, as ilhas, as praias areentas!
As solidões marítimas, como certos momentos no Pacífico
Em que não sei por que sugestão aprendida na escola
Se sente pesar sobre os nervos o facto de que aquele é o maior dos oceanos
E o mundo e o sabor das coisas tornam-se um deserto dentro de nós!
A extensão mais humana, mais salpicada, do Atlântico!
O Índico, o mais misterioso dos oceanos todos!
O Mediterrâneo, doce, sem mistério nenhum, clássico, um mar para bater
De encontro a esplanadas olhadas de jardins próximos por estátuas brancas.
Todos os mares, todos os estreitos, todas as baías, todos os golfos,
Queria apertá-los ao peito, senti-los bem e morrer!...
excerto da Ode Marítima de Álvaro de Campos
Diogo Infante (teatro S. Luís) não disse ou declamou o poema, interpretou a personagem do desespero e do delírio em Álvaro de Campos. Esmagou-nos!
Rasgou todos os gritos que, ao longo dos anos, vamos abandonando em papéis soltos, agendas ou livros brancos que ninguém lerá .
E o nosso rio é tão pequeno, face aos oceanos que nos espreitam.
domingo, 5 de outubro de 2014
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