sábado, 17 de dezembro de 2016
O medo
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos,
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas,
"Congresso Internacional do Medo" de Carlos Drumond de Andrade
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