Se eu fosse à lua, não abalava sem me despedir da minha namorada. E isto não é de se admirarem porque eu acho que vocês já fizeram o mesmo.
Eu ia com a Maria Rosa.
Metia 20.040 à hora.
Vi em primeiro lugar uma flor. A senhora disse: gostava tanto daquela flor!
E conforme eu me debrucei para apanhá-la, caí cá em baixo e a Maria Rosa é que continuou.
Ela foi subindo e chegou lá muito cansada. Depois descuidou-se e o avião caiu cá em baixo. Ela caiu mesmo ao pé de mim e perguntou-me se eu tinha cá chegado bem de saúde.
E eu:
- Tu estragaste-me o avião!
Ela começou a chorar e eu disse-lhe assim:
- Não chores que não vale a pena! Mas para a outra vez vê lá se não pedes flores.
Mas eu já estava morto. E nisto começaram a chorar e nisto eu acordei.
E assim terminou a minha viagem à lua.
Vitor Manuel Moreira, 8 anos
"A criança e a vida" de Maria Rosa Colaço
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