quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Eu e os Outros 7



A escada rangia e tinha a passadeira solta “cuidado, menina, não caia!”.
As arcas de cereais escondiam toalhas de linho branco a cheirar a sabão e água da mina. Traziam o tempo das mulheres nos bordados.
O poço tinha flores em ramos pequeninos que espreitavam as rugas das pedras molhadas.
Bebia a água do balde, a saber a ferro, enquanto afastava as folhas da macieira que tombavam na superfície líquida.
Havia um anjo nos quartos de longas asas brancas “anjo da guarda, minha companhia, guarda a minha alma de noite e de dia…”.Esse anjo, soube-o mais tarde, era a minha avó Hermínia.
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