O carro andava ao passo sonolento das lágrimas. O homem ao lado, caminhando, falava para a janela do condutor. A conversa era acompanhada de risos breves e falava de não sei bem o quê que tinha a ver com cerveja, talvez uma gorgeta… “agora às 11 há outro”, lembro-me que dizia num riso de profissional satisfeito, enquanto continuava contando a história daquela terra que não comia os seus mortos…
No carro fúnebre, atrás, o silêncio acompanhava o meu pai.
As palavras caíam, não chegavam a ser ofensa…a cara alegre do coveiro coexistia pacificamente na manhã dos outros.
Os rituais da morte! O choro, os abraços e a terra que sobre o caixão tomba num ruído seco. A pressa da missão cumprida. As flores são abandonadas a esmo, lançadas, atiradas ao encontro da sepultura. Não há uma mão amiga a transformar ou afagar o ritual…
Estarão secas, nesta hora. Ninguém regressou ao lugar onde o meu pai ainda existe no silêncio da morte.Talvez só o coveiro, rindo…
No carro fúnebre, atrás, o silêncio acompanhava o meu pai.
As palavras caíam, não chegavam a ser ofensa…a cara alegre do coveiro coexistia pacificamente na manhã dos outros.
Os rituais da morte! O choro, os abraços e a terra que sobre o caixão tomba num ruído seco. A pressa da missão cumprida. As flores são abandonadas a esmo, lançadas, atiradas ao encontro da sepultura. Não há uma mão amiga a transformar ou afagar o ritual…
Estarão secas, nesta hora. Ninguém regressou ao lugar onde o meu pai ainda existe no silêncio da morte.Talvez só o coveiro, rindo…
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