Três figuras. A mulher que abraça a criança, as minhas cantarinhas de barro a subirem-me pelo corpo e pela memória dos tempos, um camelo, imagem de um deserto onde fui (como diria o outro) muito feliz, e de uma ceramista - Bernardete Gomes - que trabalha o barro como quem pinta a espátula.
Pormenor do meu amigo camelo.
Nas feiras de artesanato espero sempre encontrá-los. É um casal de jovens, bonitos por inteiro, o que se traduz também num ar de gente doce. Trazem muitos e variados bonecos, monstrinhos, gravetos em forma de qualquer coisa entre o humano e o vegetal. Benamai Sá Pinto não sei se é o seu nome de "guerra". Este boneco de madeira com asas de anjo ou borboleta foi, pelo tamanho e características, uma das suas primeiras criações. Tenho outros, uma crescente família délfica, que espanta os meus fantasmas nas várias janelas da casa. Comprei-o pouco antes de nascer o Carlos que, conforme crescia, se media com aquele ser de asas abertas à entrada da sala.
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